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Alongar ou não alongar, eis a questão!



Hoje minha pergunta é a mesma utilizada como subtítulo no capítulo 9 do livro Fáscia no movimento e no esporte de Robert Schleip “precisamos nos alongar regularmente”?

Quando ouvimos essa pergunta parece fácil a resposta, pois técnicas e metodologias nos levam cada vez mais a acreditar que o alongamento é essencial e indispensável para nossa saúde. Mas eu preciso te falar que a resposta para todas essas perguntas é Não!

Se tivesse tal importância a maioria da população que não se alonga e tem uma vida sedentária não manteria uma amplitude de movimento funcional, pelo contrário se enrijeceriam e se tornariam disfuncional e inflexível. Mas sabemos que isso não acontece.

Se observarmos também a natureza, não encontraremos exemplos de animais que se alongam para aumentar a amplitude de movimento ou para aperfeiçoar a performance em outra categoria.

Por exemplo: imagino que você já tenha observado um gato pandicular após se manter muito tempo em uma posição, (As pandiculações são movimentos que todo corpo produz para aliviar as tenções, exemplo o bocejar e o espreguiçar em nós humanos. Porém é um movimento muito instintivo). Contudo, nunca viu um gato flexionando seu joelho antes de iniciar uma caçada. Schleip em seu livro dá também o exemplo do leão e sua presa. Não vimos um leão se alongar antes de iniciar a caçada e sua presa não fica paralisada pois não teve tempo de alongar antes de iniciar a fuga.

Da mesma forma nós não deixamos de correr para não perder um ônibus porque não dá tempo para alongar.


Outra questão que estudos também vêm evidenciando é que a adaptação do corpo a determinadas atividades não são transferidas para outras, ou seja, se você é um corredor e deseja melhorar sua passada longa, não adianta você alongar, pois seu corpo vai se adaptar apenas a este alongamento, mas este alongamento não será transferido para sua passada. Seu desempenho vai melhorar se treinar o movimento específico.


Ou seja, “a amplitude de movimento provavelmente será aprimorada pela prática da tarefa na amplitude final. Essa é uma abordagem comportamental funcional para melhorar e recuperar a ADM”. (Schleip, 2020).


Portanto, podemos concluir que possivelmente o alongamento pode ser considerado supérfluo.


Autora:

Dra. Laiane de Oliveira Severino

CREFITO 218515 - F

Fisioterapeuta pela PUC/PR, Especialista em Performance Interna, com formação em Pilates pela maior escola do Brasil, e vários outros cursos com enfases e especializações distintas dentro do Pilates e fáscia.

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