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É possível ter Cura Física através do Autoconhecimento?

Atualizado: 16 de set. de 2019

Uma experiência vivida é um aprendizado profundo que deve ser compartilhado!



Aos 19 anos comecei a sentir dores no meu tornozelo. Elas ficavam cada vez mais fortes, até que chegou ao ponto de parecer uma torção. Precisei procurar um médico e fui até um hospital de fraturas aqui em Curitiba. Quando cheguei ao balcão de atendimento me perguntaram o que eu estava sentindo e a quanto tempo eu estava com os sintomas. Então falei sobre a dor no meu tornozelo esquerdo e a inflamação que começou a aparecer faziam aproximadamente três dias. Para minha infeliz surpresa, estava começando aí minha saga em busca de respostas e solução para meu caso.

Naquela recepção do Hospital de fraturas, onde me disseram que não podiam me atender porque fraturas são até dois dias de sintomas, tudo estava prestes a mudar na minha vida, a qual, até então, era comum e tranquila.


Me encaminharam para outro Hospital onde recebi meu primeiro diagnóstico: Eu tinha uma doença reumática rara, e precisava procurar um especialista o quanto antes.

Saí dali atordoada, pois não imaginei que seria algo tão sério. Não conseguia acreditar quanta dor e limitação física ela poderia me causar, eu poderia nunca chegar a ser mãe, e tudo isso me consumia.


Na tentativa frustrada de encontrar um diagnóstico mais favorável passei por mais três especialistas, onde todos falavam a mesma coisa, mas eu ainda não conseguia aceitar. Por fim, cheguei a uma doutora especialista na minha doença, uma das mais renomadas da cidade, e eu ainda estava na tentativa inútil de provar para os outros que estavam errados e que eu não tinha Espondilite Anquilosante. Ainda mais, que eu sendo mulher e por não ter nenhum caso em minhas gerações passadas (conhecida), essa doença seria ainda mais rara. Mas infelizmente recebi o mesmo diagnóstico, tendo eu que aceitar e partir para uma nova fase.



Nesta época, sentia dor praticamente o tempo todo, não conseguia mais nem andar por quinze minutos que meu tornozelo e pé esquerdos ficavam gigantes, até meus sapatos não estavam servindo mais devido ao inchaço constante, e já estava lesionando meu joelho direito devido à tanta compensação que eu fazia ao me movimentar de forma a evitar a dor no membro esquerdo.



Além de ter que lidar com essas questões físicas, 6 meses depois dos primeiros sintomas e cerca de uns 4 meses de tratamento (vários testes até acertar a dose correta), já percebia a mudança em meu corpo, minhas roupas não cabiam mais, eu havia inchado por completo, passei do nº34 para o nº 38 em questão de poucas semanas. E as pessoas me perguntavam porque havia engordado tanto em tão pouco tempo, e isso abalou muito minha autoestima.





Em resumo, fiz muitos, muiiitos exames... me submeti a uma quantidade absurda de medicamentos, inclusive doses altíssimas de corticoides.

Mas o que mais me assombrava nem eram todos os procedimentos, remédios ou mesmo as dores, mas sim às limitações que a doença já estava me causando e que poderiam evoluir ainda mais. Eu não conseguia me ver sem ter filhos e/ou sem mobilidade na coluna pra fazer o que eu quisesse ou mesmo para fazer só o básico de uma vida independente.





Eu já cursava psicologia nesta época, estava no final do segundo ano. Lá, até pouco tempo antes, eu tinha muitos contatos e amigos, pois desde criança sempre fui muito sociável e de gostar de conversar com todo mundo. Mas a sombra da doença, os seus sintomas e tudo mais que estava envolvido me abateram profundamente, resolvi manter silêncio sobre ela e acabei me afastando de muitas pessoas, até mesmo das que eram importantes para mim. A verdade é que eu não sabia como lidar com o que estava acontecendo comigo, não conseguia observar as coisas com muita clareza, e o resultado disso foi me isolar.


Minha família vivia preocupada comigo, meu marido, na época namorado, e alguns amigos próximos, também. Queriam sempre me ajudar, me proteger, mas muitas vezes isso só aumentava meu sentimento de que, aos poucos, eu estava perdendo minha liberdade. As pessoas ficavam preocupadas apenas por eu ir pegar um ônibus ou ir na padaria da esquina, mas puxa sempre fiz isso! Eu precisa ir trabalhar, estudar, fazer minhas coisas, me sentir útil!


Tudo isso foi me angustiando, me deprimindo... até que comecei a perceber que tinha pensamentos suicidas. Foi aí que decidi que não podia deixar aquilo me tomar, eu tinha que ser mais forte que tudo aquilo, e por isso resolvi procurar ajuda psicológica. Fiz alguns encontros semanais, que foram fundamentais para eu resolver alguns sentimentos e pensamentos que eu sozinha, mesmo já tido passado por outro processo de análise e cursando psicologia não conseguia.



E assim o tempo foi passando, já estava melhor psicologicamente e o tratamento medicamentoso foi melhorando os inchaços, e então chegou a hora do novo passo no tratamento, o de iniciar as atividades físicas para recuperar minha força nas pernas e alongamento. Minha irmã gêmea já fazia faculdade de fisioterapia e me ajudou muito, foi nesta época que conheci, também o método Pilates. E com isso as dores começaram a ir embora, assim como a crise da espondilite.



Porém mesmo a crise tendo passado, o medo de que aquelas dores e limitações voltassem, eram grandes. Eu estava avisada que poderiam de fato voltar, então estava sempre me cuidando e atenta a processos terapêuticos alternativos. E aproximadamente um ano após a crise da espondilite, descobri a Microfisioterapia.



Por meio dela senti que tive a minha verdadeira cura. Através da Microfisioterapia pude recordar coisas e dar significado para cada parte do meu corpo que foi afetado pela doença. Em poucas sessões tive muito claro o porquê passei por tudo aquilo, o que me fez aceitar tudo que aconteceu e aprender com tudo que passei.


Após essas sessões pude deixar de tomar os medicamentos, e me libertar dos corticoides, foi, com certeza, uma das minhas maiores vitórias!


Hoje já fazem quatro anos que não tomo mais nada de corticoides, e nunca mais tive uma crise de espondilite, o que era previsto por minha médica para acontecer em intervalos de um ano, um ano e meio entre uma e outra.


Mas o que de fato quero falar para vocês com minha experiência de vida, é que apesar dos medicamentos e terapias alternativas terem me ajudado muito, o que fez com que eu nunca mais sofresse com a doença foi a minha tomada de consciência, o fato de me observar, me conhecer, me aceitar e buscar sempre me desenvolver como pessoa. Trazer para a luz da razão o que eu estava vivendo e o que tudo aquilo representava para mim, independente do que os outros achassem ou não, pois eram minhas verdades, minhas crenças e apenas eu podia dar conta delas e resolvê-las para que não voltassem a me afetar, porque eu que as criei.


Por isso que afirmo: o autoconhecimento é fundamental para uma vida feliz e plena! E ele pode ser praticado de inúmeras formas.


Para mim funcionou a ajuda da psicoterapia, da microfisioterapia e de uma atividade física de qualidade, porque eles me proporcionaram informações e estímulos capazes de gerar reflexão mesmo depois do término de cada encontro com esses profissionais. Para você pode ser outras coisas, como um hobby ou outro tipo de técnica ou terapia. Só quem pode responder isso é você mesmo, porque não há autoconhecimento, muito menos ajuda neste caminho, se você não estiver disposto a olhar para si mesmo, se conhecer e encarar seus fantasmas.


Depois dessa fase da minha vida nunca mais parei de me encontrar, porque o autoconhecimento é um exercício diário. Sempre temos coisas novas para aprender sobre nós mesmos.





É um caminho muitas vezes sem mapa, mas que vale muito a pena, porque é com toda certeza, um caminho de cura!


Encontre o seu, e siga com toda coragem, porque nele você vai encontrar uma pessoa muito mais forte e merecedora de coisas boas, muito mais do que você imagina! Boa viagem!


Compartilhe comigo também, a sua experiência de autoconhecimento!


Vamos juntos nos ajudar, nos desenvolver e assim, incentivar mais pessoas a buscarem na vida o que realmente importa:

Se sentir bem consigo mesmo! Pois afinal, é isso que refletimos para o mundo!

Obrigada!

Laís Hack​

Psicóloga e Coach de Relacionamentos Pessoal e Interpessoais, com base na teoria Integral Sistêmica e Inteligência Emocional.

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